Ensaios de geografia linguística

haveria de encontrar na nossa literatura, ou melhor, na nossa nacionalidade.

Rastreando-se as origens históricas desse acontecimento literário, vamos encontrar como primeira referência da jornada a revista Nictheroy, editada em Paris, e de que foram alma e espírito Gonçalves de Magalhães e Porto Alegre. Em suas páginas clarinaram tropos e poemas animados da flamma renovadora a ganhar nova luz fecunda com o aparecimento em 1836 dos Suspiros Poéticos e Saudades de Gonçalves de Magalhães, editados, como aquela revista, na capital da França.

A permanência de Gonçalves de Magalhães, de Porto Alegre, de Salles Torres Homem e de outros brasileiros nessa alta província francesa do romantismo — que foi Paris vivendo a fase romântica de Lamartine —, inspirou-os à campanha revolucionária e idealista em terras da Pátria. A alma brasileira seria propícia à lavra rica.

A Minerva Brasiliense, — ainda que sob o prestígio da deusa clássica da sabedoria —, revista de duração efêmera (de 1843 a 1844) e, depois, a gazeta literária Guanabara — portadora romântica do nome da mais linda baía do mundo — surgida em 1849 com os colaboradores acima citados, e mais Gonçalves Dias, Macedo, Joaquim Norberto e outros, apressaram esse fecundo movimento literário no Brasil.

Sob a influência do grande engenho literário de Lamartine surgiu, pois, a primeira obra de Gonçalves de Magalhães. É a fase inicial do nosso romantismo,

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