O Brasil Central. Expedição em 1884 para a exploração do Rio Xingu

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ÍNDICE

dos minerais colhidos durante a viagem e trazidos para casa; a classificação dos mesmos e algumas observações feitas pelo Prof. KARL VON FRITSCH.

As amostras colhidas durante os primeiros meses de nossa viagem perderam-se quase todas em meio das peripécias do caminho.

Assim temos:

N.° 1 — 24 de junho — Riacho Beija-flor.

Pedra de cantaria vermelha um tanto feldspática, portanto de formação arcósea e algumas lâminas micáceas de fina granulação.

N.° 2 — 5 de julho — Rio Paranatinga.

Pedra de cantaria vermelho-escura e fina granulação.

N.° 3 — Planalto.

Mineral de ferro de manganês pardo, impuro, muito incrustado de grãos de quartzo.

N.° 4 — 25 de julho — Rio Batovi, fonte do Xingu.

Dois fragmentos de pedra de cantaria, finamente granulada, de tom vermelho-escuro, tendendo para o pardo.

Crê-se que há uma formidável formação de cantaria vermelha e de cores variegadas, mais recente do que o próprio carvão de pedra e mais antiga que o Jura, portanto arenito, permiano ou triássico que na Guiana Inglesa ultrapassa mil metros de espessura, estende-se até o Brasil. Citam-se também formações semelhantes na Província de Sergipe, próximo à cidade de Estância, assim como nos limites entre o Brasil e a Bolívia.

N.° 5 — 7 de setembro — A partir daqui o rio principal — Canga.

Mineral de ferro com manganês, pardo e vermelho. Aparentemente formações em concreções em maciços e massas de intrusão, talvez em parte proveniente de transformações de pequenas intrusões calcárias.

N.° 6 — 7 de setembro.

Mineral de ferro com manganês pardo, de estrutura granulosa, de grãos transformados em pequenas intrusões. Serão concreções?

Esses minerais de ferro dão a impressão de formações recentes. Serão aluviais, diluviais ou terciário recente?

N.° 7 — 14 de setembro — Margem.

Argila endurecida de um encarnado vivo com veios azulados de calcedônia. Essa pedra está injetada pelo silícico e um pouco de pedra de tufo porfírico.

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