PREFÁCIO
Em setembro de 1883, a expedição alemã ao Polo Sul desembarcava do navio "Marie" em Montevidéu, tendo chegado em boas condições da ilha de Geórgia do Sul. Enquanto os outros membros procuravam regressar à pátria, o dr. Clauss e eu deixamo-nos ficar no La Plata, a fim de, em companhia do meu primo Wilhelm von den Steinen, que ali nos devia esperar, aguardar oportunidade favorável a uma viagem ao interior da América do Sul.
Depois que o meu plano inicial de investigar o rio Pilcomayo se anulou justamente porque o sr. Thouar acabara de o realizar com êxito, nossa atenção voltou-se para o Xingu, o maior rio desconhecido do continente americano e que prometia, sobretudo, interessantes elucidações de caráter antropológico.
O ministro alemão de Buenos Aires, sr. Barão de Holleben, apoiou-nos ativamente e da maneira mais amável possível. Por intermédio do encarregado de negócios brasileiros, sr. Cavalcanti Lacerda, o ministério imperial foi incumbido de nos assegurar uma escolta militar.
O nosso trio não estava mal composto para as finalidades que tínhamos em vista. Assim, éramos: Clauss, físico. Wilhelm, meu primo, pintor. A mim, como médico, com certa experiência adquirida numa viagem em torno do globo, caberia a parte antropólogo-etnológica do programa. Meu primo trouxera os instrumentos mais necessários. Tinha-se preparado em Hamburgo,