Ciclo do carro de bois no Brasil

Sebastião Francisco de Melo e Póvoas chegou à praia de Jaraguá para se transportar à sede da capitania recém-criada, encontrou à sua espera, não um cavalo "baixeiro", de trote largo, reluzentemente arreado, nem mesmo um daqueles vistosos palanquins aparelhados com escravos escolhidos. Nada disso. A condução que aguardava o ilustre descendente do marquês de Pombal era um característico carro de bois, revestido com a sua cobertura de cores berrantes e alegres. Ao lado do novo Governador tomaram assento em banquetas, dispostas no "estrado", as principais autoridades: capitães-mores, juízes, vereadores... Almotacéis, escrivães, negociantes, agricultores qualificados, proprietários que foram também ao encontro do Governador, percorreram a pé ou a cavalo aqueles seis quilômetros de areais escaldantes que separavam Jaraguá do povoado de Maçayó.

[Ver ilustração no original.]

Detalhe bem curioso este. O carro de bois, que concorreu desde o início do povoamento para o progresso da região, a transportar, cavando sulcos profundos nas terras do sertão e do agreste, os primeiros produtos da terra vindos do interior para o litoral, achava-se ali naquele ponto praieiro, para completar sua nobre missão: abrir em sentido diferente, no lento movimento de suas rodas pesadas e ronceiras, novos sulcos na areia litorânea, para marcar auspiciosa etapa — o remate da evolução política do Estado(2) Nota do Autor"

Ao longo do século XIX, do norte ao sul do país, o carro de bois foi o veículo mais usado no transporte das famílias dos nossos agricultores e fazendeiros para as localidades mais ou menos próximas, onde se realizavam festas e cerimônias religiosas.

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