Ciclo do carro de bois no Brasil

O Prefeito Luís de Castro Pinto, de Lorena, São Paulo, enviou-nos a seguinte comunicação: "Ao tempo da proibição dos eixos móveis nos veículos rurais, houve, em Lorena, varias polêmicas e críticas, sendo algumas jocosas, como aconteceu no Carnaval de 1919; os foliões cantavam então pelas ruas da cidade os seguintes versos:

O Prefeito de Lorena

Inté deu pra se zangá

Disse que não qué vê mais

(Coro) O carro de boi cantá.

Por isso memo

Eu não quero carreá,

O Prefeito de Lorena

Deu até pra se impricá.

A boiada de Nhô Juca

Inté deu de se minguá

Só promode não vê mais

(Coro) O carro de boi cantá.

Em festas patrióticas, que alimentam e estimulam o amor da Pátria, aparece o velho pioneiro. Disso nos deu circunstanciada notícia LUÍS AMARAL, contando-nos como se fez a comemoração do primeiro centenário da nossa Independência na cidade de Virginópolis, no alto rio Doce, em Minas Gerais. "No dia sete de setembro de 1922 realizou-se nesta cidade, antiga Nossa Senhora do Patrocínio de Guanhães, uma parada cívica em que tomaram parte cento e cinquenta carros de bois, sem falar nas dezenas de carrinhos de carneiros e cabritos dos rapazes da redondeza. Foi esta a mais espetacular celebração dos primeiros cem anos da nossa vida soberana que se fêz em todo o nordeste mineiro(12) Nota do Autor."

b)

Por muitos e muitos anos a condução de fiéis, isolados ou em grupos, centenas de corações penitentes ou crentes, em demanda de santuários célebres, de capelas milagrosas, na devoção às imagens tutelares das cidades, vilas e aldeias, mais ou menos próximas, se fazia, no Brasil, em carros de bois. À falta de outros meios de transporte, as romarias e peregrinações, as simples visitas às igrejas para a assistência dos sacrifícios religiosos e tributos da fé, para a ouvida dos pregadores nas Santas Missões, eram feitas nesses veículos. De quantas informações recebemos do Norte ao Sul do país, assinalaremos

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