as seguintes: em São Paulo ficaram célebres os desfiles de carros de bois em direção à famosa Capela de N. S. da Aparecida, o que remonta ao meado do século XVIII(13) Nota do Autor. Houve tempo, dizem as crônicas, em que os carros, de tantos, se enfileiravam ao lado da igreja da "mãe soberana e padroeira do Brasil", servindo muitos de estalagem dos romeiros que acorriam aos sagrados lugares de todos os rumos. Noticiam-nos de Caçapava que verdadeiras teorias de carros de bois, com as famílias de mais projeção do Município, se dirigiam para Aparecida e também para a visita da Nossa Senhora da Penha, na capital do Estado.
MELO MORAIS FILHO(14) Nota do Autor, gravando as práticas mais peculiares da festa da Nossa Senhora da Penha do Rio de Janeiro, fala das longas romarias que se dirigiam ao famoso templo, e escreve os seguintes períodos: "De vez em quando, um molecote ou um preto velho, guiando um carro de bois, crescia na estrada, vindo trazer às barracas vinhos e comestíveis, magníficas frutas, ocupando o lugar de honra as saborosas melancias, abundantíssimas na localidade...
Nas estradas, na rede dos caminhos, carros de bois rangiam, conduzindo famílias; lustrosas cavalgatas trotavam largo; caminheiros sem conta marchavam fatigados, suarentos, empoeirados... Os carros tirados por juntas de bois avançavam nas estradas trazendo festivos matutos... Isso no tempo em que o nativismo era uma virtude e este país o Brasil."
Em carta de 15 de dezembro de 1942, o Dr. Samuel Hardman, lavrador em Pernambuco, escreveu-nos: "Quando se impunha, pela inexistência de mais rápidos e cômodos meios de transporte, o carro de bois conduzia para as missas, festas e visitas, as famílias do interior por mais brasonadas que fossem. Do preparo de tais excursões, incumbia-se geralmente o "mestre do curral", ou um dos mais competentes carreiros que escolhia duas a três das melhores juntas, de animais gordos, de cor, tamanho e predicados semelhantes, prendia-lhes nos chifres, como também na argola da vara de ferrão, fitas encarnadas, verdes e azuis. Ele, por sua vez, se paramentava, metendo-se em roupas engomadas, botinas ou alpercatas, chapéu de massa, com a frente desabada."
MANUEL RODRIGUES DE MELO, cronista da "Várzea do Açu", no seu livro a respeito (Paisagens, Tipos e Costumes), no capítulo em que relembra a festa campestre de São José das Oficinas, à beira do Açu, no Rio Grande do Norte, informa: "Alvorecia a manhã de 19 de março. A povoação de Oficinas despertava sob forte e estridente salva de roqueira. Casas desalinhadas e confusas apresentavam, porém, aspecto festivo. Começavam a chegar os primeiros carros de bois trazendo as famílias ricaças da terra." E falando do carro da família de um seu Filipinho, diz: "o carro saiu chiando aqui, piando acolá, até se encobrir na curva do beco." "As