Nasceu Gaspar de Carvajal em Trujillo, na Estremadura espanhola, aí pelo ano de 1504. Em princípios de 1537 partiu para o Peru com dez outros frades da sua Ordem de S. Domingos, estando em 1538 como vigário provincial em Lima, onde fundou o primeiro convento dominicano da América. Quando por ali passou Gonçalo Pizarro, estremenho como Carvajal, a tomar posse do governo de Quito, antes confiado a Benalcazar, levou consigo o seu conterrâneo, moço e enérgico, para dizer missa e confessar aos seus soldados. E ao findar o ano de 1540, quando Pizarro resolveu mandar a Orellana pelo rio Coca abaixo, em busca de comida, com os enfermos, seguiram no mesmo bergantim Carvajal e um seu irmão de hábito.
Foi ele companheiro de Orellana em toda essa épica descida do Amazonas, duas vezes alcançado pelas setas dos indígenas, em uma das quais veio a perder um olho. Chegando à ilha de Cubagua em meados de setembro de 1542, ai soube da morte do bispo Valverde pelos índios da Puna e da de Francisco Pizarro pelos do Chile. Talvez por isso tenha decidido não acompanhar Orellana à Espanha, seguindo para Panamá e daí para Lima. Em 1544 o vemos como vice-prior do convento de Lima, e em 1548 o encontramos como prior do convento de Cuzco, de onde foi enviado pelo licenciado Pedro de la Gasca para Tuctunan, com o título de protetor dos índios. Em 1557 foi eleito provincial de sua ordem no Peru, tendo visitado escrupulosamente os conventos da sua província. De 1575 existe, assinado por ele, honrosíssimo documento no qual, dirigindo-se ao rei, "como cristão e religioso" lhe solicita que olhe pela proteção e defesa dos índios.
Escreve Toribio Medina : "Sua Relação da viagem de Orellana, embora escrita sem arte, é o reflexo fiel de