suas próprias impressões e do que presenciou, e até agora o único documento que se conhece daquele memorável sucesso".
O primeiro autor que historiou a viagem de Orellana foi o cronista Fernandez de Oviedo, que se encontrava em São Domingos, quando aí aportou Orellana, já de vela para a Espanha. Como diz Toribio de Medina: "Aquela viagem seguindo a corrente do maior rio do mundo por espaço de mil e oitocentas léguas era um acontecimento tão importante para a história da geografia, ou, como então afirmava aquele cronista, uma das maiores coisas acontecidas a homens, que valia a pena fazê-la desde logo conhecida na Europa".
O cronista da História da Índias deu a notícia dessa estranha ocorrência ao cardeal Bembo, favorito de Lucrécia Borgia, e Bautista Ramusio a publicou em 1555, na sua coleção Delle navigatione et viaggi, Devia Oviedo ter conhecimento, além disso, do relato do padre Carvajal, pois de outro modo não se explica que, embora dê mais pormenores da viagem do que o faz o frade dominicano, transcreva no final de sua obra, com pequenas variantes, essa crônica. Manhosamente não refere Oviedo o nome de Carvajal, dizendo apenas que escreveu o descobrimento do Marañon ad Plenum "com algumas particularidades que eu soube pelo próprio capitão Orellana, além do que, como testemunha de vista", escreveu um devoto frade da Ordem dos Pregadores.
O livro Guerra de Chupas relatando a mesma viagem, permaneceu inédito até 1881. Ficou também longo tempo inédita a Jornada do rio Marañon de Toribio de Ortiguera, escrita "segundo informações de alguns que nela tomaram parte".