Muito se tem escrito sobre a obra de Rondon, que, embora não conte ainda 60 anos de idade, passou mais de metade de sua vida sob o pano das barracas ou bivacando ao ar livre em pleno sertão adusto e inóspito do Mato Grosso ou do Amazonas. Ainda há pouco o "Correio do Povo" publicou a notável conferência pronunciada em Genebra pelo Dr. Sylvio de Castro, membro da Delegação Permanente do Brasil junto à Sociedade das Nações, perante seleto auditório de que faziam parte as notáveis representações e a alta intelectualidade de várias nações presentes às sessões daquela futurosa organização internacional. O íntegro e competente ex-chefe da Missão Militar Francesa junto ao nosso Exército, pouco tempo depois de instalado no Brasil e depois de visitar e examinar com minuciosa avidez os trabalhos da Comissão Rondon, através da exposição verbal do próprio general Rondon e diante dos documentos geográficos e científicos acumulados no seu Escritório Central, cuja sede é na capital da república, o eminente general Gamelin, escreveu um longo artigo laudatório, que foi publicado pela Sociedade de Geografia da França, fazendo um brilhante resumo daqueles trabalhos. (E, fato curioso, durante sua permanência no Brasil, via-se em lugar de honra de sua residência, o retrato de um único general do Exército brasileiro — o do general Rondon). Correm mundo as referências publicadas pelo saudoso estadista norte-americano Theodoro Roosevelt, (leia-se Rôzevel não Rúzevel, porque ouvi de sua boca uma vez essa correção, pois fazia ele questão da origem holandesa de seu nome) a propósito dos trabalhos e da pessoa do general Rondon, no seu famoso livro "Through the brazilian wilderness" (Através do deserto brasileiro), que foi por ele escrito durante o tempo em que durou o percurso feito pela "Expedição Científica Roosevelt-Rondon", de Mato Grosso ao Amazonas (dezembro 1913 — março 1914). Ha inúmeros trabalhos esparsos e profundas apreciações sobre o alcance da obra gigantesca que teve a impulsioná-la a vontade