Dos vastos e admiráveis relatórios, que andam por cinquenta volumes, apresentados pelo general Rondon ao governo da república, vede o que transcrevem, sem cor e sem entusiasmo, quase todos os Excelentíssimos Srs. Ministros da Guerra e da Viação e Obras Públicas em seus relatórios anuais. Através dos relatórios ministeriais a obra de Rondon é quase uma obra de anão!
Mas, ainda assim, é tão portentosa esta obra, — reduzida de vulto, pela transcrição sem alcance de simplíssimos dados numéricos — e tão inconfundível, que desperta confronto e atesta eloquentemente o rendimento máximo dos trabalhos dirigidos pelo infatigável sertanista. Haja vista — para citar um ao acaso — o Relatório da Guerra de 1909, a páginas 51 e 52, dedicadas às linhas telegráficas em construção durante o ano de 1908 neste Estado do Rio Grande do Sul e no Estado de Mato Grosso. Neste exíguo espaço de duas páginas incompletas, constringiu-se toda a enumeração dos trabalhos realizados em 1908, como se aquelas duas páginas reproduzissem, exceto quanto à profundeza, o conhecido estrangulamento do grandioso Amazonas (cujas margens se perdem às vezes de vista, uma da outra), no trecho em que o rio-mar se estreita até algumas centenas de metros, e escoa, seu enorme volume de água, imensamente aprofundado, sob uma reduzida superfície...
Pois bem, havendo aqui no Sul, como em Mato Grosso, um batalhão de engenharia aplicado à construção, embora o da Comissão Rondon devesse ser constituído, segundo as instruções, por efetivo nunca inferior a 600 (número a que nunca atingiu nem em 1907 nem em 1908, nem em 1909...) enquanto em dois anos (1907 e 1908) a extensão da linha construída no Rio Grande, em zona incontestavelmente mais vantajosa, atingia apenas o desenvolvimento de 42,650 km, a Comissão Rondon entre 15 de maio de 1907 e 2 de janeiro de 1909 apresentava, dentre outros trabalhos relacionados da letra "a" à letra "m", o "assentamento de 725 quilômetros de linha tronco e ramal, em diversas