A liberdade de navegação do Amazonas

de certos seus correspondentes, o contrapeso das desanimadoras novas sobre o fracasso das expedições californianas.

Finalmente, a petição da Convenção de Memphis, a moção de Everett no Senado e o silêncio da imprensa marcaram o máximo e o mínimo do interesse público pela navegação do Amazonas.

Nessas importantes datas, se concretizaram tendências políticas e econômicas.

De um lado, a hegemonia americana a braços com a independência imperial; de outro, o expansionismo liberal em face do realismo prudente: eis o quadro.

A hegemonia do Norte e a independência do Sul se cruzaram nas flavas ondas do rio equatorial.

Aquela procurava, por sua influência, conduzir as repúblicas ribeirinhas a favorecerem, senão a se aliarem, a sua causa.

Esta tentava separar os interesses dos fracos das intenções dos fortes.

Aquela exercia uma política de coalizão, esta de dissociação.

Aquela tomava a ofensiva, esta a defensiva.

Uma procurava o prestígio internacional, para a grandeza nacional, outra a liberdade política externa, para a coesão e consolidação interna.

Com esses fitos diametrais, a primeira agia, a segunda resistia; uma acelerava o desenvolvimento do conflito, outra o retardava; aquela exigia soluções ao problema da navegação amazônica, esta, adaptações às suas circunstâncias políticas e econômicas.

Quanto à significação da questão suscitada pela navegação do rio-mar, nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos, é ela múltipla.

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