À margem da História do Brasil

altas de Minas Gerais. Mas faltava um dado importante da questão, omisso que havia ficado o desastre formidável de Mbororé, fixando por si mesmo, na história dos bandeirantes paulistas, uma quebra de direção, esmagado que foi naquele ponto longínquo e naquela época, pela reação espanhola, o ímpeto conquistador dos bandeirantes.

E haverá um mero acaso naquele encontro de data? Entre a restauração da monarquia em Portugal (1640) e a derrota brasílico-portuguesa de 1641?

Não creio. A criteriosa exposição cronológica de Taunay permite, justamente, concluir que o desastre de Mbororé fixa, de maneira insofismável, a reação espanhola ao atrevimento das arrancadas paulistas. Protegidos os nossos bandeirantes, durante todo o governo de Céspedes, pela proibição tornada efetiva aos índios e jesuítas de não possuírem armas de fogo, aquela data é de todo sintomática.

A reação jesuíta-espanhola começa, de fato, em 1638; a derrota paulista de Caasapaguaçu foi o preâmbulo ao revés maior de 1641; mas força é convir que não poderia ter havido uma simples coincidência daquelas datas históricas. Enquanto uma só era a coroa, bem se compreende que colonos portugueses e espanhóis estivessem de acordo. A situação do Paraguai lembra, de algum modo, aquela outra occorrida no Maranhão,