À margem da História do Brasil

nossa história: — o caminho interior do São Francisco.

Porque, não há negar, o descaso em não lastrar a nossa história com os condicionamentos ditados pela geografia tem sido, além de geral, sobremodo grave e contraproducente. Isso explica, muitas vezes, o paradoxal de nossa história pátria melhor aprendida nos livros gerais sobre o Brasil do que, propriamente, nos compêndios de seus historiógrafos ... Não exagero, não devaneio. Ao contrário, especifico a anomalia esdrúxula, invocando exemplos valiosos: a memória de Martius mais útil do que a história de Armitage; a obra política de Tavares Bastos muito mais clara do que a história pomposa e fictícia de Pereira da Silva; o comentário de Euclydes (Da Independencia à Republica) — muito mais verdadeiro do que o relato histórico de Nabuco de um trecho largo do Segundo Reinado.., e mais ainda, para tornar contemporâneo o exemplo: num simples volume de Oliveira Vianna (Evolução do Povo Brasileiro) aprenderá mais o leitor inteligente do que nos dez tomos alentados da história de Rocha Pombo...

Em particular, sobre o Rio São Francisco, o certo é que se o relato dos historiógrafos sobre o povoamento do vale desse rio foi minguadamente bordado num tecido composto de vazios, menor foi ainda a atenção por ele merecida por parte dos autores de nossa história pátria, ou dos escritores