escreveu ele o livro em contato com a própria natureza: abarracado numa simples choupana de engenheiro, depois da viagem interessantíssima realizada ao setor nordestino. Ao contrário. À Margem da Historia foi escrito num gabinete de trabalho, e, se bem que sem citações, em contato com os nossos compêndios, os quais silenciara todos — excetuadas duas referências de Tavares Bastos sobre o não aproveitamento da navegação fluvial, a frase de Capistrano e a passagem de João Ribeiro — sobre aquele fator importantíssimo, orientador veemente de nossa unidade política. A carência de citações indica pois, no caso, a companhia dos compêndios da história pátria consultados...
Mas, lembrando aqui aquele silêncio posterior do próprio autor, eu quero apenas insistir sobre a dificuldade da descoberta... E não insisto em vão. Quero, pelo menos, avisar qualquer incauto do risco que correrá "fingindo" amanhã em seus escritos haver descoberto por conta própria o Rio São Francisco em nossa história pátria... Porque é de fato doloroso verificar a audácia com que se sonegam citações entre nós; a coragem com que se abusa da desculpa da raridade de nossos livros, para evitar referências; a ousadia com que "fingem", os novos que surgem, desconhecer a obra de nossos maiores que já se foram. Infelizmente, entanto, não é de hoje o mal. Vem de longe,