de Mitre: não tivemos ainda o nosso livro nacional, ainda que eu pense que a alma brasileira está definida, limitada e expressa nas obras de seus escritores; somente não está toda em um livro. Esse livro, um extrator hábil podia, porém, tirá-lo de nossa literatura. O que é essencial está na nossa poesia e no nosso romance. O livro não podemos fazer, porque o livro é uma vida; em um livro, deve estar o homem todo, e nós não sabemos mais fundir o caráter na obra, sem o que não pode haver criação".
A lógica era admirável... para quem não possuía o livro...
Agora depois de um quarto de século, o tempo trouxe por si mesmo o testemunho insofismável de estar a razão do outro lado.
Mitre lamentava, evidentemente, a ausência de uma consciência latino-americana e, consequentemente, a ausência de um estilo hispano-americano. Certo, o ponto de vista de Nabuco era diverso. Demais, a Argentina não possuía, quer em poesia, quer em prosa, uma obra que pudesse ser enfrentada àquele acervo notável que nos fora legado por Gonçalves Dias, Castro Alves, Fagundes Varela, Bernardo Guimarães e José de Alencar. Mas no fundo, a razão estava com Mitre, quando procurava sem encontrar, como queria, o livro da raça, o livro da terra, a consciência do povo novo estereotipada na lera de um livro impresso com os tipos