À margem da História do Brasil

com o que vira na Serra do Mar, do Espinhaço e no Vale do Alto São Francisco, logo imaginou o geólogo eminente, por simplificação própria do espírito humano, repetições generalizadas de sistemas orográficos. Daí, os desenhos fantásticos de uma grande serra, dividindo, entre a Bahia e Goiás, o Vale do São Francisco, das águas vertentes do Tocantins e outros mais em Mato Grosso, separando as bacias do Prata e do Amazonas, linhas de cumiadas abstratas que, mais tarde, foram substituídas pela realidade dos grandes chapadões e planaltos interiores interessantísimos, quando nós, brasileiros, compreendemos que nos cabia o estudo de nossa própria geografia. E a correção das cordilheiras matogrossenses é de todo recente, observemos honestamente, o que faz dizer que o erro de Eschwege tornou-se em parte secular. Lembrando trabalho análogo, passado meio século antes na Rússia, quando os geógrafos nacionais fixaram os relevos do solo de sua pátria, diluindo as cordilheiras mestras forjadas pelos cartógrafos de gabinete, Rondon realizou entre nós a obra memorável e aspérrima com que traçou uma parte larga da corografia matogrossense. Mas defendo Eschwege, todavia, amparado na própria honestidade de sua obra. Aqueles mapas constituíam esboços apenas, como ele mesmo acentuou, desenhados sobre informações daquela época. Seu