À margem da História do Brasil

Presumo também mais verdadeira a informação de Diogo de Vasconcellos (História Média de Minas Geraes, 1918), que não esquecera anteriormente as correrias selvagens dos bandoleiros foragidos, determinando até mesmo, como medida de proteção civilizadora, aquele senhorio feudal opulentíssimo de Guedes de Brito, o "Regente do São Francisco": "Pelo rio, fazia-se um largo comércio da Bahia para as Minas, como por ele subiam todos os gêneros de conforto e de luxo, segundo as necessidades dos moradores selecionados naquela cidade, então a mais opulenta do Brasil".

De resto, provas robustas existem, pelo testemunho sempre louvado de Pedro Taques (Nobiliarchia Paulista), de que numerosas foram as famílias paulistas aclimadas naqueles sertões. E de outro lado, como observou João Ribeiro, não sendo aqueles sertões de gadaria gravados com impostos, como as terras litorâneas, quer do sul, quer do nordeste, tudo indicava constituírem eles um campo convidativo aos que quisessem viver independentes do fisco. Fiado nesses informes, logo alvitrou Euclydes, traçando o verdadeiro esboço do movimento daquelas ondas de penetração humana beneficiadas por tais isenções: "Abrindo aos exploradores duas entradas únicas, à nascente e à foz, levando os homens do sul ao encontro dos homens do norte, o grande rio erigia-se desde