À margem da História do Brasil

e aquela proibição é apenas o maior atestado afirmativo do comércio de gentes e de produtos ao longo do São Francisco naquele limiar do próprio século XVIII...

Não foram mais felizes os pesquisadores posteriores: Rocha Pombo (História do Brasil), Calogeras (1905, As Minas do Brasil), Cap. de Abreu (1907, Capitulos da Historia Colonial), Basilio de Magalhães (Expansão geographica do Brasil até fins do seculo XVIII, 1914), Borges de Barros (Bandeirantes Bahianos, 1919).

Mas, ainda assim, tudo indica que, durante o século XVIII e apesar da decadência prematura do apogeu das minas de ouro, a influência daquele vale como "condensador de gente", como opinou, com argúcia rara, Capistrano de Abreu em seu primeiro estudo, não era desprezível. Andou, pois, mal Southey, e com ele os seus repetidores, quando afirmou, desalentadamente: "Pelos fins do século XVIII não lhe povoavam as margens do meio do seu curso para cima senão alguns pescadores, que de seu peixe viviam, fazendo um pouco de comércio em sal, e vagabundos dispersos, talvez mais numerosos, que fugidos à vingança particular, que haviam merecido, ou à justiça pública, que provocado tinham, escondiam-se nestes sertões, vivendo do gado que das fazendas furtavam".