À margem da História do Brasil

O sermão da terra



"Que eloquente sermão é por si mesma toda esta terra", assim proferiu diante do São Francisco um missionário humilde, obreiro anônimo, como aqueles muitos outros que deixaram, em nome das suas ordens religiosas, uma das paginas mais enérgicas da nossa história pátria, qual aquela da conquista de um trato largo de terra imensa e da fixação ao solo subsequente, oportuníssima e inteligente, do aborígene catequizado, de parceria com a tutela ao escravo fugido do litoral ou ao colono dele intencionalmente extraviado.

"Todavia, as missões jesuítas não tiveram ainda o seu historiador"... sentenciou Euclydes da Cunha (1902), ao observar o vazio em que se perdem os dados históricos relativos ao povoamento dos sertões do Nordeste. E pouco depois, honestamente, Capistrano de Abreu (1907), numa obra que representa um marco alentado na evolução de nossa historiografia (Capítulos de História Colonial), afirmou com displicência rara, invocando os arquivos (como lembrara antes Martius) virgens de nossas pesquisas, das ordens