cortes, dos piratas e conquistadores de nacionalidades várias em suas arremetidas dos primeiros séculos a história oficial dos reis, em suma. E, destarte, descidos os detalhes aos pontos extremos, enquanto ficamos sabedores dos segredos, nem sempre limpos, das concubinas de Pedro I ou das galinhas inumeráveis consumidas pela voracidade doentia de João VI, conservamo-nos na ignorância, pasmosa e lastimável, dos verdadeiros feitos de Antonio Raposo Tavares, do Anhanguera e de outros vários bandeirantes, atrevidíssimos, no desvendarem a terra formidável, sequiosos que estavam em encontrar o ouro que a natureza escondia com avareza própria de gente rica; como ficamos, ainda, no desconhecimento dos lances com que foi desfeita, especialmente no nordeste, a penetração dos missionados, ficando o tapuia naquele setor enormíssimo em que se conservam até hoje, como mostrou Theodoro Sampaio, os próprios nomes daquelas antiquíssimas localidades indígenas missionadas.
E, igualmente, perdemos os traços da conquista ao longo do São Francisco, rio que constituiu a pedra basilar da união imponentíssima efetivada entre as gentes do norte e as do sul. Porque, não há negar, o vazio de nossa história nesse relato é vergonhoso. E, por isso, pela carência de dados, pelo silêncio com que os historiógrafos "enterraram" o São Francisco, apagando-o