À margem da História do Brasil

de nossa geografia histórica, ficou esquecida aquela causa magna reguladora e mantenedora da União tornada possível dentro do Império. Porque tudo indicava e tramava a desagregação: o espírito do federalismo das capitanias; a dualidade do governo inicial; a diversidade de processos de conquista do solo (missões abnegadas ao norte, bandeirantes destruidores da catequese ao sul); a diferenciação de climas; a inversão interessantíssima de invernos (chuvas), como primeiro observou Liais, entre o sul e o nordeste; as dificuldades de navegação (ventos) impedindo a união ao longo da própria costa, como apontou Southey sagazmente (naquele ponto em que explicou a subordinação direta do Pará a Lisboa e não à Bahia ou ao Rio); a deficiência e irregularidade de colonização portuguesa; o desequilíbrio entre as regiões menos escassamente ocupadas; a variedade de culturas; e, sobremodo grave, a febre do ouro e dos diamantes, deslocando abruptamente a sede do governo da Bahia para o Rio. E, mais ainda, a conquista sulina para baixo de Cananéia, pela costa, e de Piratininga, pelo interior, feita à revelia da corte portuguesa, e, demais, em contato franco com os espanhóis durante mais de meio século, como demonstra o episódio de Amador Bueno naquele gesto dos paulistas denunciador do interesse pequeno pela denominação