colonizá-la, logo ao tempo das Capitanias Hereditárias. O Brasil atingia assim, em 1616, pelo litoral do norte, o seu meridiano extremo, que era o da linha da demarcação. É verdade que fomos ainda além dessa linha, conquistando o Amazonas, mas esse meridiano resultava de um acordo com a Espanha (Tratado de Tordesilhas) e Portugal e Espanha eram uma e única nação nesse tempo" (João Ribeiro, Historia do Brasil).

Era o resultado benéfico ao norte: claro, persuasivo, sintomático. Esconderam-nos os autores portugueses ou os historiógrafos brasileiros, que lhes seguiram as pegadas. Não ha porém como negá-lo, insofismavelmente, registado que ficou na própria história da conquista da nossa terra numa ampliação veemente de domínios da Colônia, quer em extensão pela costa, quer nas primeiras penetrações parciais pelo sertão. Demais, mesmo antes do domínio da Espanha, já ficara arquivado o auxílio particular espanhol na pesquisa do ouro, durante as primeiras investidas pelo sertão baiano: a expedição de Espinosa, 1555, que talvez tenha atingido, depois de seguir o curso do Jequitinhonha, o próprio vale do alto São Francisco. E era de todo natural o recurso ao "faro" dos espanhóis para a tentativa das descobertas das minas, treinados que estavam eles, com o que haviam encontrado em terras voltadas para o Pacífico.