SAUDAÇÃO
BRASIL - imenso, fantástico, verde, seco e pardacento. Florestas onde o silêncio é sepulcral. Uma campina florida, uma tropa que passa, uma viola que geme ... Cidades gárrulas onde o modernismo se expande; cidades que gritam pelos apitos das caldeiras. "Gaiolas" singrando rios vagarosos, imensos; alas de cafeeiros que se perdem no horizonte. Ouro no cascalho, ouro no cacaueiro, ouro na frondosa copa do ipê. Por tudo um tom melancólico. E, depois, a marcha contínua de legiões de homens contra as forças hostis da natureza.
Quando Cabral tocou a fímbria das suas praias, em 1500, tudo era mata virgem, cerrada: hoje, três quartos do Brasil são ainda sertão. Mas, no decorrer desses quatro séculos o homem deixou vestígios indeléveis da sua passagem pelas brenhas indômitas. A proa audaz da sua canoa singrou rios até então desconhecidos. O seu corcel fogoso deixou rastos duradouros nas planícies sem limites. Os seus rebanhos, pastando, vieram dos Pampas do Sul até o Planalto Central. Na sua mão incansável o ferro desbravador desenterrou de seu túmulo milenário, poeiras de ouro e brilhantes sem conta. O fogo, precursor