A conquista do Brasil

Para os antropologistas, não há mais dúvida quanto à origem asiática do ameríndio. Por muito tempo a ciência vinha mantendo-o na dolorosa situação de enjeitado, vagando pelas Américas sem parentesco definido com o resto da humanidade; falando um sem número de línguas bárbaras, derivadas de 169 troncos diferentes, nenhum dos quais havia sido até então identificado como idioma europeu ou asiático. Hoje já se conseguiram descobrir pegadas suas que se vão perder entre as hordas mongoloides vermelhas, das quais descendem os mongóis; encontraram-se também na Ásia antepassados seus que lhe vieram minorar a solidão em que se achava, já no rápido ocaso de sua existência. O ameríndio derivou para cá através do Alasca de envolta com as manadas de mamíferos que de lá vieram rasteando a trilha já batida pelos primares que os precederam e provávelmente tangidos pelas mesmas necessidades.(2) Nota do Autor

O que se não sabe ao certo, porém, é em que estágio do desenvolvimento racial foi que o ameríndio se desgarrou do tronco de onde veio. Até hoje ainda não se conseguiu descobrir indício algum da sua presença nas Américas antes da última quebra do gelo polar. Também, a grande dessemelhança de língua e de cultura entre a América e a Ásia talvez seja prova de uma separação muitíssimo remota. Franz Boas, notabilíssimo antropologista, acha que o homem veio para a América do Norte durante o período interglacial; Wissler concorda ser provável que algumas correntes humanas tivessem atingido a América mais ou menos no mesmo período pré-histórico em que chegaram à Europa, tendo o gelo constituído a barreira que separou o americano

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