Cartas do Imperador Pedro II ao Barão de Cotegipe

Introdução

NESTE volume são dadas à estampa as cartas que D. Pedro II escreveu ao Barão de Cotegipe, quando ministro da Fazenda e da Marinha no gabinete da conciliação, em 1855-1856; da Marinha e de Estrangeiros no gabinete Itaboraí, em 1868-1870; da Fazenda no gabinete Caxias-Cotegipe, em 1875-1876; de Estrangeiros e presidente do conselho, em 1885-1886.

Falta às cartas do Imperador qualquer deleite literário. O estilo é burocrático, desataviado, descuidado. Carecem de tudo: do meneio de redação à pontuação. Bilhetes redigidos sobre o joelho, na linguagem telegráfica de um chefe ocupado, não apresentam o menor lavor estético. É até notável que escrevendo tanto e tão amiúde a seus ministros, certo de que suas cartas viriam a ser documentação para a história, não desse a seus pensamentos uma forma menos terra a terra e... menos confusa.

Valem muito, porém, estas epístolas pelo seu quilate histórico e autobiográfico.

Se o Imperador tinha algum recato e admitia e respeitava restrições à sua ação em matéria política, era um colaborador insistente, constante, exigente da administração, a reclamar a cada momento, a perguntar a cada instante, a aconselhar a toda hora.

De fato era ele o ministro mais atento; ministro de todas as pastas e chefe dos demais, no que era

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