o exercício normal do governo - informar, não esquecer, solicitar, providenciar, ordenar. Nesses setores era desbragado o seu imperialismo de dirigente e censor.
Quando foi a Uruguaiana, Ferraz, gue o acompanhava, e cuja índole ciosa e autoritária não sofria conformada tais demasias imperiais, desabafava nesta queixa: "O ministro desapareceu. O Imperador lança-se a tudo, até aos menores detalhes e tudo atrapalha. Dispõe dos meus oficiais de gabinete, dá ordens por via do Delamare e de qualquer modo..." (Carta de Ferraz a Nabuco, apud Um Estadista do Império, vol. 2.° pág. 259.)
Neste volume vamos encontrar às vezes três cartas datadas no mesmo dia. Bem se vê de que porte e quantas seriam as instâncias e importunações. Cotegipe certa vez escrevia: "S.M. constantemente me quebra a cabeça..."
Tudo ocupava a atenção de D. Pedro II: desde os esgotos dos arsenais à "boia" dos marinheiros; das reclamações dos presos aos salários dos operários; da redação de decretos, notas e instruções diplomáticas aos relatórios dos ministros. Desdobrava-se a visitar repartições, quartéis, oficinas, colégios; assistindo exames; estudando todos os papéis; aprofundando todos os assuntos. E ainda, diante de seus ministros, se apresentava como o procurador da oposição e o curador dos humildes.
Ferreira Vianna, no exagero caricatural de uma síntese impressionista, disse que o segundo reinado começara por "quero já" e acabava por "quero tudo".
A correspondência agora publicada nos dá uma noção de dosagem desse predomínio, alguns rumos,