ALGUMAS PALAVRAS SOBRE OS BOTOCUDOS(363)Nota do Tradutor
Entre as tribos indígenas do Brasil, existem ainda hoje algumas cujos nomes são apenas conhecidos na Europa. Entre a costa oriental a as montanhas de Minas Gerais, na grande faixa de matas virgens que se estende do Rio de Janeiro à Baía de Todos os Santos, isto é, entre os paralelos de 13 a 23 graus de latitude sul, vivem diversas hordas errantes de selvagens, sobre os quais até agora muito pouco sabemos.
Entre elas se destinguem particularmentos os botocudos por diferenças muito características. Até aqui nenhum viajante forneceu informações precisas sobre os índios dessa tribos (363)Nota do Tradutor. Blumenbach fez menção dela em seu tratado de Generis humani varietate nativa e Mawe (*)Nota do Autor também incidentemente a ela se refere; apenas eles eram conhecidos nos primeiros tempos pelos nomes de \"aimorés\", \"aimborés\" ou \"amburé,s\". Mawe, em sua carta, limita-se a indicar de modo geral a região por eles habitada corno sendo pátria dos índios antropófagos. Como em Minas Gerais, província onde ele esteve, estava-se em luta aberta com os Botucudos, não lhe foi possível observá-los de modo a colher dados precisos.
A princípio foram os \"aimorés\" extremamente perigosos para os estabelecimentos ainda fracos dos portugueses; mais tarde, porém, foram eles vigorosamente repelidos para o interior das matas, onde ainda hoje existem com o nome de \"botocudos\". Na History of Brazil de Southey e na Corografia Brazilica acham-se descrições das repetidas devastações praticadas por esses selvagens em vários lugares, particularmente em Porto Seguro, Santo Amaro e Ilhéus. Dos \"aimorés\" que habitavam o Rio Ilhéus resta apenas um último vestígio, a saber
[link=6568]Ilustração: crânio típico de Botocudo[link]