Vultos e episódios do Brasil

de toda a altura da vossa majestade para pedir à eloquência palavras mais duradoiras do que o bronze e revesti-las da imortalidade do vosso colega no Supremo Tribunal do mundo, que é a Corte das Nações.

Senhores Ministros. O colega, que chamastes de mestre, o jurista, cujos libelos citais antes de os decidirdes, o reivindicador da vossa primazia, o autor da Constituição, o construtor do regime, o evangelista do direito e da liberdade - desapareceu desta, que ele chamava primeira face da eternidade.

Não deixou amigos políticos. Não deixou partidos. Não deixou Estados. Não deixou família poderosa. Não deixou órgãos da opinião. Não deixou sucessores da sua autoridade e do seu gênio. O movimento do vosso carinho dirigiu-se, pois, tão somente à sua figura histórica. Não teve a eiva do interesse. Não partiu de nenhum sentimento subalterno.

A lisonja não rende finezas aos mortos que se chamaram Chatam, mas não deixaram Pitt. Mas os homens de coração, que não vergam a cerviz aos magnatas do poder, da finança ou da publicidade, não se desdoiram em dobrar os dois joelhos ante a campa de um justo. Justo é o que ele foi principalmente. Justo. Três vezes justo. Vida de arminho e coração de cristal.

Esse homem, que começou a sua carreira defendendo os direitos de uma orfã, vítima da lascívia

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