Vultos e episódios do Brasil

Havia eu demorado em procurá-la, para levar-lhe, em algumas linhas autógrafas de Ruy Barbosa, uma expressão de pesar mais íntima e direta do que as minhas palavras. Mas era preciso que se me deparasse uma oportunidade para obter-lhe essas letras. E quis a fatalidade que uma operação cirúrgica em pessoa de minha família continuasse me afastando de Petrópolis, até o dia em que subi à cidade serrana, para lhe recolher o último suspiro. Ficou, assim, esse dever descumprido.

Permitireis, porém, senhores ministros, que essa delegação se venha cumprir agora, ante vós. Membros da mesma família, não vos dedignareis de aceitar os pêsames de Ruy Barbosa pelo falecimento de João Mendes.

E que grande falta que faz entre vós essa cabeça luminosa, nutrida pelos frutos da escolástica rejuvenescida, e servida por um conhecimento da nossa legislação igual ao de Nabuco de Araújo!

Vejo-o com os meus olhos, vejo-o claramente visto com estes olhos que, desde a adolescência, se lhe poisavam na doçura ascética do semblante, vejo-o como o via em São Paulo, quer ao lado do pai, varão como ele de extrema grandeza, na casa paciega da família, no antigo largo da Assembleia, quer à rua Barão de Itapetininga, quando traduzia o livro de S. João Climaco. Ei-lo que aparece, saindo da sala de café, apoiado ao ombro do colega que nunca lhe faltou com os desvelos de irmão, o Sr. Ministro Sebastião Lacerda, para entrar no

Vultos e episódios do Brasil - Página 20 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra