recinto, avergado ao peso das dores fulgurantes, que foram o lenho da sua cruz.
Voto mais certo não teriam as homenagens que prestastes a Ruy Barbosa. João Mendes não faltaria a essa sessão, ainda que para chegar à sua cátedra tivesse que reproduzir os passos do Calvário.
Ainda por esse lado se legitimam as condolências que vos trago. Deixai-me pensar que a série de contratempos que me empeceram a presença no seu enterro e na sua casa foi providencial, pois me permite, agora, cumprir a delegação de Ruy Barbosa de modo mais solene, associando, como vós o fizestes, esses dois nomes tão queridos no mesmo luto.
Não se navegam os mares do céu com os astrolábios da terra. Os nautas portugueses, nas suas Artes de Marear, sabiam que as balestilhas, anéis graduados e quadrantes, hábeis ao esmo das distâncias itinerárias, falham para a exploração de certas distâncias siderais.
No tempo daqueles cruzeiros, que não ultrapassavam as costas de Guiné e Angola, o piloto, para tomar a altura, precisava que o sol, incidindo sobre o buraquinho onde ele punha o olho, coubesse na estreiteza do seu campo visual.
Os tempos, porém, são outros. A matemática e a óptica, rudimentares naquelas épocas, caminharam a chancas de gigante, e hoje, associadas à mecânica e à química para formar a astronomia, operam verdadeiros prodígios. Tanto surpreendem