Vultos e episódios do Brasil

a constituição nuclear dos mundos mais remotos como as suas trajetórias. Prescindem, não só dos instrumentos náuticos de Martim da Bohemia e Pero Nunes, velharias de museu de marinha, mas até do que parecia impossível, do próprio telescópio, sem o qual Leverrier anuncia Netuno e a ciência moderna descobre no firmamento o hélio e o corônio, antes de vê-los na terra.

Se um dos velhos lobos de mar de Sagres, Aveiro ou Vianna, que liam por Manoel Pimentel, juravam por João de Monteregio, e tinham por horizonte a costa da Malagueta ou a Terra Nova dos Bacalháos, ressuscitasse hoje em dia, seria forçado, de certo, a dar-se conta do ridículo do seu astrolábio e do seu olho, para investigações de alta astronomia, dessas que entendem com o peso, o volume, a órbita, o esplendor de sóis que, embora extintos, ainda nos estão enviando, e continuarão a enviar por milênios os seus raios luminosos.

Não pertenceis à família daqueles cosmógrafos rotineiros, senhores ministros, que dissestes pela boca do Sr. Ministro Viveiros de Castro estas palavras imortais, que merecem ser gravadas no soclo da estátua que lhe ides erigir:

"A presença de Ruy Barbosa neste templo da justiça se me afigura tão natural, ou, antes, indispensável, como é natural e indispensável a presença de Deus no tabernáculo."

Deu-se um dia, neste tribunal, senhores ministros, uma acena tocante, tão rápida, que teria talvez

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