Figuras do Império e outros ensaios

Pediram-me os donos ou arrendatários do sítio, que eram então os srs. Nicoláo e Fausto Matarazzo, que lhes traduzisse essa inscrição. Sabia eu da existência, no Rio, do general Hegendorp, soldado de Napoleão I, que lhe deixou cem mil francos no testamento de Santa Helena e cuja residência Mary Graham descreveu nas alturas do Sylvestre. Não me parecia que Hagendorp se tivesse estendido até tão longe e tão fora de mão naquele tempo. Mas não podia abandonar o fio condutor do G.H. Pareceu-me que a inscrição podia assim explicar-se: "Egressus Françae Napoleonis Primi Império Subverso General Hagendorp Hic Pervenit", isto é: "saindo de França quando caiu o império de Napoleão o general Hagendorp aqui veio arribar."

Ter-se-ia a propriedade de Hagendorp, que era incontestavelmente na outra fralda do Corcovado, estendido até a Tijuca? Há razões pré e razões contra. Arago conta que o viu em extrema miséria e dispondo só de um preto de nome Dingo. Mary Graham confirma os seus poucos recursos. Mas os Taunay narram que tinha um cafezal de 30 mil pés. Ora, a fralda atlântica do Corcovado no lugar que lhe pertencia, não lhe oferecia lugar nem para 5 mil. Depois os Taunay da Cascatinha consideravam-no seu vizinho e chamavam-lhe o carvoeiro da Tijuca. Se morasse no Corcovado, vizinho não poderia ser

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