Como se vê, os varões de cada etnia estrangeira, todas as vezes que saem do seu grupo nacional e procuram esposas em outros grupos não brasileiros, concentram as suas preferências sobre os elementos das etnias afins com a sua, afins pela raça e afins pela cultura.
Com os alemães e austríacos, esta tendência não se deixa revelar claramente — e isto naturalmente devido à pequenez dos contingentes respectivos, representados na nupcialidade de 1924; mas com as etnias - a portuguesa, a espanhola, a italiana — esta tendência se evidencia de uma maneira flagrante. O italiano converge as suas preferências sobre o grupo espanhol e português, que entram com 46,9%, 45,1%, respectivamente, dos elementos preferidos, ou sejam 91,9% ao todo; restando apenas menos de 10% para as outras etnias estrangeiras. O luso, por sua vez, sempre que sai do seu grupo e não se fixa no grupo "brasileiro", vai escolher preferencialmente esposas na etnia espanhola (58,5%) e depois na etnia italiana (32,8%), ou sejam em conjunto (91,3%). O espanhol se dirige, antes de todas, às portuguesas (48,%) e às italianas (45,6%), revelando pequena preferência pelas alemãs, austríacas...
Em relação ao Rio Grande do Sul, os dados estatísticos, pela maneira por que são conectados, não dão margem a que se possa realizar esta discriminação das etnias; de maneira que não nos foi possível determinar a extensão e o sentido exato da matrimonialidade exogâmica dos estrangeiros naquelas extremas do país.