difere quimicamente de espécie para espécie, de um homem para outro e até, mesmo, num indivíduo, dum órgão ou dum tecido para outro órgão ou para outro tecido". As pesquisas sobre a composição do sangue, por exemplo, "vieram revelar uma diversidade química das espécies e das próprias raças". Essas análises feitas sobre o homem e as raças humanas levaram alguns biologistas a dividir as raças em "grupos bioquímicos" — como os antropologistas as haviam dividido em "grupos morfológicos". É assim que HIRSCHFELD, citado pelo professor MENDES CORREIA, divide as raças humanas em dois grupos — o grupo A e o grupo B segundo o modo por que se operam os fenômenos da aglutinação no plasma sanguíneo.
Este critério bioquímico é seguro, capaz de trazer uma diferenciação realmente científica das raças? O professor MENDES CORREIA se mantém dentro de uma dúvida prudente. Para ele "a reação serológica não é mais do que um epifenômeno sem significação profunda". E observa o fato de que "entre os japoneses e os chineses setentrionais, que são antropologicamente afins, as percentagens serológicas são mais profundamente diversas do que entre aqueles chineses e os hindus, ou entre aqueles chineses e senegalezes". E conclui que: "é ainda prematuro falar de raças serológicas — e a repartição dos grupos por vários tipos constitucionais não se evidenciou ainda com correlações perfeitas e expressivas".