da realidade quanto possível, de modo a ressaltar quanto somos distintos dos outros povos, principalmente dos grandes povos europeus, pela história, pela estrutura, pela formação particular e original. Trabalho penoso, dada a extrema insuficiência dos elementos informativos. Nós somos um dos povos que menos se estudam a si mesmos: quase tudo ignoramos em relação à nossa terra, à nossa raça, às nossas regiões, às nossas tradições, à nossa vida, enfim, como agregado humano independente.
Nesses estudos passo, por isso, um tanto de leve sobre os fatores mesológicos e antropológicos, inclusive os concernentes às três raças formadoras; mas, detenho-me, com certo rigor de minúcias, na pesquisa dos fatores sociais e políticos da nossa formação coletiva. Extremando-os, não quero dizer que tenha a pretenção de os haver esgotado; quis acentuar apenas os que me pareceram de maior força e eficiência.
Estudando as nossas populações regionais do Norte e do Sul, os resultados, a que cheguei, levaram-me a uma convicção contrária ao preconceito da uniformidade atual do nosso povo.
É costume entre nós falar do povo brasileiro como se fosse uma massa homogênea e única, distensa, com perfeita igualdade, através de uma vastíssima superfície de oito milhões de quilômetros quadrados, e guardando por toda ela a mesma