Diretrizes de Rui Barbosa

aos melhores exércitos do mundo. Mas estes, que opinam pelo afastamento sistemático do exército de toda e qualquer participação política, estão sujeitos aos Messias de galão, aos taumaturgos de estrela, que se supõem, candidamente, o alpha e o ômega da cultura, os Édipos capazes de resolverem todos os problemas da nacionalidade. Só duas atitudes possíveis em casos tais : — a de hurler avec les loups, isto é, ganir com a matilha, ou, então, resignar-se a ser estraçalhado pelos seus caninos delirantes. Ruy escolheu a segunda hipótese. Contava, tranquilamente, com o tempo. Tinha certeza de que não podia tardar a época em que prevalecessem os verdadeiros princípios que formam a moral dos exércitos. Teve a ventura de conhecer grandes militares que coparticipavam das suas opiniões, como a nobre figura do General Trompowsky, que não hesitava, em pleno florianismo, em subscrever um artigo em que pregava o afastamento dos militares da política. Mas não conheceu o exército de hoje onde, continuo afirmando-o apesar de aparências, que me parecem desmentir, o espírito dominante é o que prega a absorção do militar nos seus árduos deveres, — único meio de merecer a confiança da nação que

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