Diretrizes de Rui Barbosa

lhe entregou a sua defesa e a sua honra. Curioso é verificar que a ideia da vinda das missões estrangeiras foi originariamente de Ruy. Menos curioso não é verificar como a lenda de que era inimigo do exército se desfaz como uma bolha de sabão, ao sopro das palavras em que o eleva e defende, não com a lisonja do sicofanta, mas com a severa sinceridade do amigo verdadeiro.

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Outro ponto que é preciso vulgarizar é o das crenças religiosas de Ruy. Contestar que pagou tributo ao seu tempo e que sofreu a influência iconoclástica de sua geração, fora baldado. Não chegou até ao materialismo ou ao ateísmo. Combateu, porém, o catolicismo, com o ímpeto com que entrava em todas as refregas. Deixou documento dessa atitude nas páginas de "O Papa e o Concílio", obra de mocidade, que depois renegou. Passado, porém, esse eclipse juvenil, voltou ao seio da religião, que bebera com o leite materno. Viveu e morreu católico.

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Parece-me ambicioso o título de "Diretrizes de Ruy Barbosa", dado a esta coletânea.

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