O Brasil é este comício imenso de almas livres. Não são os comensais do erário. Não são as ratazanas do Tesouro. Não são as sangue-sugas da riqueza pública. Não são os falsificadores de eleições. Não são os compradores de jornais. Não são os corruptores do sistema republicano. Não são os oligarcas estaduais. Não são os ministros de tarracha. Não são os presidentes de palha. Não são os publicistas de aluguer. Não são os estadistas de impostura. Não são os diplomatas de marca estrangeira. Não são as células ativas da vida nacional. É a multidão que não adula, não teme, não corre, não remia, não deserta, não se vende. Não é a massa inconsciente que oscila da servidão à desordem, mas a coesão orgânica das unidades pensantes, onde a Providência acumula reservas inesgotáveis de calor, de força e de luz para a renovação das nossas energias. É o povo, num desses movimentos seus, em que se descobre toda a sua majestade.
(Trechos da Conferência de 20 de março de 1919, no Teatro Lírico do Rio de Janeiro).