A EMBAIXADA
A mentira de alta prosápia, que cercou o leito mortuário do conselheiro Rodrigues Alves, estendendo profanas mãos sobre os dias do seu trânsito para a eternidade, já nas derradeiras semanas da sua vida entra a laçar a trama dos enliços, que, em torno do meu nome e à custa do meu descanso, vem tecendo a triste meada há quatro meses.
Do leito da sua enfermidade o egrégio brasileiro resolvera cometer-me a embaixada ao Congresso da Paz. Mas uma conspiração de chancelaria, com raízes internacionais, que o nosso grande conterrâneo expirou ignorando, veio a transformar, à revelia dele, o seu ato, num simulacro de convite, que eu não rejeitei no tom da minha indignação, atendendo à inocência do presidente nas tramas que o atraiçoavam e ao estado melindroso da sua saúde.