Prata (vimos o que essa palavra significava então!) com acusações de imperialismo à nossa diplomacia. "Las instruciones de Santo Amaro! La mission de Abrantest" — eram interjeições irrespondíveis, argumentos que não admitiam discussões para provar que o Brasil queria ser o algoz das democracias americanas.

MISSÃO SANTO AMARO

Vale a pena resumir o que foram realmente essas duas missões, determinadas pelas diretrizes que a política europeia queria traçar ao futuro das nacionalidades sul-americanas. Quando Santo Amaro foi à Europa, a Santa Aliança dominava completamente o cenário do mundo, Metternich, seu guia, pensava em transformar as democracias turbulentas da América em quantas monarquias absolutistas pudesse. Cientes a tempo dos seus planos, tão opostos ao nosso regime constitucional e às nossas tendências liberais, mas sem força para lhes opor uma resistência eficaz, procuramos pôr-nos à capa dessa tormenta. A nossa linha de conduta encerrava-se nestas palavras: "dos males o menor". A nossa grande preocupação era o Uruguai, sobre o qual eram evidentes os planos de integração numa possível monarquia argentina absolutista. Procuramos evitar esse perigo. Se o Uruguai tinha de desaparecer, era