Pelo Brasil maior

É exato que não a fez. É exato que o cativeiro perdurou no Brasil durante o meio século do seu reinado. Mas mau grado seu. Mas com a sua relutância. Mas com o seu estigma. Mas com a sua antipatia. Mas com a sua oposição, a princípio cuidadosamente velada, no fim quase sem rebuços.

Ah! o hábito de resolver à primeira vista por um sim ou por um não os mais complexos problemas! Como isso torna a história um problema de tabuada!

Para se compreender a atitude de D. Pedro II é preciso estudar a escravidão sob o ponto de vista brasileiro.

Verificada a impossibilidade de domar o indígena, pelo seu gênio instável, independente e nomadio, não só o Brasil mas toda a América atlântica recorreu ao negro: mais laborioso, submisso e radicável. O São Paulo bandeirante regorgitava de indígenas? Pouco importa. O negro era mais resistente. E glebas e glebas de africanos se despejaram em São Vicente.

Ao cabo de muitas gerações, fins do século XVIII e albores do seguinte, o índio desaparecera da equação brasileira do trabalho, cuja incógnita se achara no africano. Sobre essa base constituiu-se a fortuna pública e particular. Foi um erro; mas erro foi da época e não dos homens.

Buenos Aires, começo do século XVIII, numa

Pelo Brasil maior - Página 42 - Thumb Visualização
Formato
Texto
Marcadores da Obra