Pelo Brasil maior

porém, como todos os seus companheiros de gabinete, resolveu não atender à disposição do Imperador" — diz o sr. Wanderley Pinho. Quanto à questão escravista, Cotegipe declarou que tocar na principal fonte da nossa riqueza era criar "uma espécie de guerra pior que a do Paraguai". Tão radical era o seu modo de pensar "que se oporia até pegando numa espingarda" — lembrou-lhe o Imperador que já o declarara.

Um post-scriptum precioso de Cotegipe aclara com uma luz singular o pensamento de D. Pedro.

Ei-lo:

"Quando nesta conferência se disse que a questão de emancipação era semelhante à pedra que rolava da montanha a que nós não devíamos precipitar, porque seríamos esmagados, S. M. respondeu que não duvidava expor-se à queda da pedra, ainda que fosse "esmagado"!

Eis aí "o pensamento íntimo do "escravocrata". Preferia perder o trono a ver subsistir o cativeiro.

Vejamos agora o peso da vontade imperial, na reunião de 5 de Maio. O gabinete unânime declarou "que sua majestade não podia intervir com o peso da sua opinião e contra a de seus ministros em solução dessa ordem".

O Imperador transige. Leva às raias do sacrifício os escrúpulos constitucionais. Limita-se a reivindicar os seus direitos de homem e a faculdade

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