Pelo Brasil maior

de que tem de libertar do seu bolsinho as crias dos escravos da Coroa. Insinua, contudo, que se tem o dever de obedecer a seus ministros, enquanto o forem, dispõe também do poder de demiti-los.

Já se desenha nessas conferências a perspectiva dum novo gabinete. Dentro de quatro meses Pimenta Bueno, o coração que pulsou quase tão perto do seu como Bom Retiro, organiza novo ministério.

É a ele que D. Pedro abre o fundo do seu pensamento, a ele que confia a mágoa de ser servido por escravos, com ele que combina a manumissão clandestina dos que possui: com ele que decide entregar a Paranhos a bússola da nau emancipadora, rostida pelo vendaval dos interesses, ameaçada pelos escolhos da desordem.

O IMPERADOR ABOLICIONISTA

Repitamos mais uma vez a nua verdade: o Imperador, quer como chefe de Estado, quer como homem foi sempre e radicalmente partidário da Abolição. Não se enganava o sr. Oliveira Vianna quando lhe chamava o "grande irradiador de força" na marcha dessa ideia.

Provas! Provas! Elias enxameam e vamos dá-las. O primeiro projeto emancipador apresentado por Pimenta Bueno, não era apenas de inspiração imperial, era da lavra, da mão, da letra de

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