Pelo Brasil maior

D. Pedro II. José de Alencar declarou-o do Senado sob o mais solene dos testemunhos pessoais, e não houve meios de contestá-lo, apesar da celeuma que o fato levantou nos arraiais escravistas.

O projeto Pimenta Bueno era considerado uma brecha na Bastilha negra. Em torno dele armou-se a luta dos partidos. Presidente de Conselho dos mais poderosos, arautos de situações políticas inexpugnáveis tentaram em vão opor-se-lhe. Caíam com os obstáculos que tentaram apresentar-lhe. E quando Paranhos em 1870 obteve a passagem da lei do Ventre Livre, não fazia mais do que executar o projeto imperial. Era esse o escravocrata...

Rastreemos de mais perto o seu pensamento. A resposta à célebre mensagem dos liberais franceses, entre os quais o Duque de Broglie, Montalembert e Victor Hugo, é também do punho do Imperador. Afirmando que o termo da escravidão no Brasil, é apenas uma questão de oportunidade, não fez senão condená-la. Mais tarde ardem contra ele as cóleras tribunícias de Ferreira Vianna, que lhe verbera o "pacto com o Dantas", isto é, com o gabinete cujo lema era a emancipação.

Esse o pensamento do chefe de Estado. O do homem, o do brasileiro inda é mais fácil de descobrir, apesar dos véus com que a ficção da impersonalidade constitucional o tentava esconder.

Pelo Brasil maior - Página 49 - Thumb Visualização
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