Pelo Brasil maior

na arte um embargue de forças a que ele não assistisse, confortando soldados e marinheiros, indagando do que lhes faltava, inspecionando tudo, até o rancho de bordo, com extremos de minúcia, de que às vezes se suscetibilizavam os próprios ministros.

Ninguém sofreu mais do que ele as angústias da campanha. Curupaiti tirou-lhe anos de vida. Não conheço melhor comentário do que lhe custou a guerra, do que o do Visconde de Taunay e que se pode comprovar ante os seus retratos de 1865 e 1870. Naqueles ainda é um moço, em plena robustez, cabelos loiros, respirando vida. Nestes a fisionomia vincou-se-lhe de rugas, os olhos perderam-lhe o brilho; a barba e o cabelo branquearam totalmente: já é um velho. Entre os dois retratos medeara a guerra.

A história da Abolição no Brasil é a história do Imperador. Não lhe devemos esconder o erro. Devia tê-la feito muito antes, custasse o que custasse, contrariasse a quem contrariasse, resistisse a quem resistisse. Foi fraco; ouviu os interesses de partido; cedeu à prudência dos seus estadistas; temeu romper os véus da ficção constitucional do Poder Moderador. Podia ter extirpado o cancro numa operação violenta mais instantânea. Preferiu os emplastros contemporizadores da transigência política. Essa culpa, porém, não, foi só sua; compartilham-na, desde Bernardo de

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