Introdução à arqueologia brasileira – etnografia e história

com o rio, as suas grandes margens, prolongando-se da sua foz no Atlântico ao sopé remoto dos Andes. E como seja coberta de floresta densa, a mataria dá-lhe falso aspecto de terra firme, impressão que se desfaz a um melhor exame do terreno, pois o que há é apenas uma imensa extensão paludosa, quase situada ao nível do rio, semeada de lagos e ilhas de arvoredo cortadas por um entrelaçamento infinito de furos (*)Nota do Autor e paranás (*)Nota do Autor que se completam, adensam-se, entrecruzam-se, surgindo o grande rio dessa imensa planura, como estreita fita perdida "na imensidade do seu antigo leito, ou, melhor, do estuário que ele substitui atualmente", conforme descreve Derby.

Hartt traça a estrutura da planície, numa síntese que dispensa maior explanação: "O vale do Amazonas, a princípio, apareceu como um largo canal entre duas ilhas, das quais uma constituiu a base e o núcleo do planalto brasileiro, e a outra, do planalto da Guiana. Estas ilhas surgiram no princípio da idade siluriana ou um pouco depois dela. Naquela época os Andes não existiam ainda. Antes da aparição dos Andes, o vale do Amazonas consistia simplesmente em dois golfos unidos por um estreito canal. Os Andes irromperam na entrada do golfo Oeste, convertendo-o em uma verdadeira bacia, posto que com saídas tanto ao Norte como ao Sul. Todo o continente foi

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