transação, que respeitando os interesses legítimos criados e mantendo a fé do governo, nos levasse sem sobressaltos ao regímen da circulação metálica: o contrário a semear vento para colher tempestade.
"Não compreendo como se demonetize o papel do Estado, obrigando-se os bancos a realizar seus bilhetes em ouro, não se tomando providências para no mesmo prazo ser aquele recolhido. Todo o embaraço nasce daí; e é objeção que não se respondeu ainda porque a verdade é uma só. E como levaríamos a efeito esse desideratum, perguntar-me-á V.Ex.a? Receio provocar o riso de V.Ex.a e dos entendidos; mas direi sempre o meu plano. Temos um saldo de 11.000 contos, (farpados restos de traquete roto), e quando não exista mais - procuraria contrair um empréstimo para a retirada imediata de 11 a 12 mil contos de notas do Tesouro; ficariam 30.000:000$000 cujo resgate seria incumbido ao Banco do Brasil e a todos os bancos da emissão proporcionalmente. Estou que todos chegariam a um acordo concedendo-lhes certas vantagens. Desta forma no fim de 6 a 8 anos teríamos voltado à circulação metálica sem uma liquidação forçada de todos os estabelecimentos, onde acham-se empenhadas tantas fortunas.
"Com esta convicção, como aprovar o remédio extremo de que V.Excias. lançarão mão? Tantos amigos sinceros do Governo não podem ter se separado dele sem graves e sérios motivos. Mais do que ninguém senti achar-me em tão dura colisão; quero constranger-me a apoiar V.Ex.a mas não posso. V. Excias. jogam o jogo mais perigoso que tenho visto desde que vivo na política. Ainda que tenham razão, repetirei como o louco de Felipe 2.º: "que farias tu, Felipe, se todo o mundo dissesse não quando tu dissesses sim?" Meu amigo Sr. Paranhos, eu