As guerras dos Palmares (subsídios para a sua história). 1º volume. Domingos Jorge Velho e a “Troia negra”, 1687-1700

documental espalhada por esses arquivos é o que nos propomos fazer, em rápidas notas e maior número possível de documentos. E porque a questão dos Palmares é das mais mal estudadas e, até, desconhecida de eruditos e investigadores, por carência de documentos, é com a questão dos Palmares que iniciamos estes trabalhos, certos de que contribuímos assim para a retificação de um dos capitulos da história do Brasil mais interessantes, que tão funda e vincada influência assinalou na sociedade pernambucana do século XVII.

Vão largos os anos e longe os tempos das falsas narrativas, mais ou menos genialmente urdidas, em que os documentos eram simples motivos de arte, sem outra consequência que o desvirtuamento e deturpação dos textos e da verdade. Hoje é isso impossível — o documento substituiu o verbalismo literário e convencional, a verdade histórica sobrepõe-se às locubrações mais ou menos fantásticas. A afirmativa dum escritor inglês: que o tempo da história passou e estamos em tempo de documentos cuja leitura é mil vezes mais interessante e mais instrutiva do que a de todas as histórias, é uma verdade verificada. Não que as sínteses e a divulgação da história não sejam uma necessidade há muito reconhecida, mas uma e outra só podem ser feitas sobre verdades rigorosamente apuradas, de modo a serem exatas e não incutirem nos espíritos ideias falsas e fatos errôneos.

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