As guerras dos Palmares (subsídios para a sua história). 1º volume. Domingos Jorge Velho e a “Troia negra”, 1687-1700

Estudar cada um dos elementos que o valor da raça soube utilizar, para a expansão portuguesa no mundo, é tarefa a que se deve impor todo aquele que ao estudo da história da colonização do Brasil deseja - oferecer qualquer contribuição, por mais modesta que seja. Nesse propósito, convencidos de que um dos mais importantes e poderosos elementos de que nos servimos para a colonização do Brasil foi o negro, é o negro que, vamos estudar, numa das mais importantes das suas revoltas contra os dominadores — na ânsia, uns, de se libertarem da escravidão e do domínio; outros, de civilizarem, colonizarem e os encaminharem na senda do progresso e da civilização.

Frustrado o sonho da Índia, viram os portugueses a necessidade de regressarem à tradição agrícola, que haviam abandonado pelo comércio das especiarias. O exemplo da Madeira e dos Açores, onde a cultura da cana-de-açúcar provocara um rápido desenvolvimento e prosperidade, foi com certeza o estímulo que levou os portugueses a iniciarem no Brasil a cultura dessas e outras espécies tropicais (o açúcar, o tabaco, o algodão etc.). Em face, porém, dum território imenso, limitados a uma escassa e reduzida população de pouco mais de milhão e meio de almas, não podiam os portugueses satisfazer as exigências do seu gênio colonizador, se não lançassem mão das populações negras,

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