que ele soubera cativar e submeter. E para tal, que prodigiosas faculdades soube desenvolver, que inenarráveis sacrifícios, que estupendos heroísmos, que lutas homéricas não foram precisas realizar! Além disso, depressa se concluiu que nem o europeu resistia ao sol dos trópicos, pois enfraquecia e morria; nem o índio se sujeitava ao trabalho intenso e contínuo tão necessário ao progresso das indústrias. Daqui, nasceu, inevitavelmente, a ideia de aproveitar o negro como máquina de trabalho, e foi então que se começou a introduzir este no Brasil. A partir deste momento, jamais deixaram de se importar escravos e instalar engenhos até a descoberta das Minas, em que de novo se quebra a tradição agrícola, e em que a raça paulista toma definitivamente a hegemonia, mercê do gênio heroico e aventureiro que lhes soube radicar a raça portuguesa.
Os primeiros negros e os primeiros engenhos datam, respectivamente, de 1570 e de 1533 (1542 em Pernambuco). D'ora-em-diante, não têm número os negros importados, e, em 1630, só em Pernambuco, andava por quatro mil em cada ano, e a produção do açúcar e o estabelecimento de engenhos atingia, respectivamente, 528 e 1.297.500 arrobas (J. Lucio de Azevedo — Épocas de Portugal econômico).
A este desenvolvimento agrícola, principalmente em Pernambuco, devia ter correspondido, naturalmente, o aumento da população negra, pois